segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Grito de liberdade

A caixinha está cheia, transbordando emoções, digamos, embaralhadas: "do que serve tudo isso?", "da onde vem tamanha 'embaralhação'?", "alguém pode me responder o porquê?". Talvez sejam respostas que nunca chegem até a mim, mas, se for perguntado a mim, o que mais me irrita, eu responderei que é o tempo que perdemos fazendo coisas que achávamos que realmente eram válidas para algo na vida, e de nada nos serviram.
Estou tentando arranjar algum jeito de apertar a descarga. Mas, como? Concentração, respiração, vai, um, dois, um, dois. Superlotação, a ponto de negligenciar tantas coisas, e dentre elas o pagamento ao jornaleiro no domingo, a agenda que ainda não comprei, o filme que ainda não assisti, a palavra que ainda não escrevi, e inclusive a que ainda não falei.
Tão cheia, a ponto de ao mesmo tempo em que escrevo este texto, penso em milhares de coisas sobre as quais poderia escrever e não cabem aqui. Talvez nunca caberão. Ah! Conflitos, para que tê-los? Para quê, Deus?
Dizem que repertório é uma coisa importante -sim, concordo, é-. Mas só o é, se é sabido o que fazer com ele. Achamos que tudo não serviu de nada, mas na verdade não fizemos nada com o tudo, e aí, catapuft. Senhora frustração, muito prazer!
Mais uma vez, cá estou, fazendo nada com o que tenho em mãos. Falo, falo, e não chego a nenhum lugar, lugar nenhum. Talvez eu venha desse lugar, 'lugar nenhum', lugar incomum. Que tipo de pessoa se diverte tomando café e lendo um livro? Hã? Oh, Deus, a que mundo pertenço? Só faz quase quinze dias que não saio de casa, e que uso as mesmas roupas e vejo sempre o mesmo lugar. Não se assuste, é apenas um eu-lírico não tão poético manifestando-se no meu lugar.

Um comentário:

  1. Onde fica o lugar nenhum Déa? Eu sempre quis saber onde ele era pra poder ficar em paz. mas sabe, acho que nenhum lugar é lugar nenhum. a gente semrpe tá num lugar. Se você quiser a gente pode ir tomar uma cerveja.
    um beijo!

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