quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O vazio das palavras

Quase sempre me encontro sem inspiração para escrever. Estava aqui a pensar sobre o que escreveria hoje e não encontrei na-da, apenas lembrei de um dos livros que tenho aqui -lido pela metade como tantos outros-, 'O Vendedor de Histórias' de Jostein Gaarder, o maravilhoso autor de 'O Mundo de Sofia'.
Comprei num dos 'surtos' que tive quando me encontro diante de livros que dizem algo para mim no momento em que encosto neles, e também estava numa fase como esta, 'sem saber sobre o que escrever', na contracapa estava escrito assim:

"Eu achava difícil produzir novas idéias e associações. [...] Mas não era assim para as pessoas que queriam 'escrever'. Muitas delas podiam ficar meses ou anos sem encontrar uma só idéia original. [...] Eu vislumbrava um mercado quase ilimitado para os meus serviços. [...] Tanto em termos de categorias de gêneros quanto de preços, eu tinha muito a oferecer. Um simples toque de inspiração ou uma conversa estimulante estavam claramente em uma faixa de preço muito diferente, digamos, de um plano completo para um romance mais ou menos longo ou uma sinopse detalhada para um filme. [...] Se eu achasse que um escritor tinha tenacidade para sentar-se e trabalhar por anos em um romance monumental com, digamos, setecentas a oitocentas páginas, podia fornecer-lhe uma sinopse detalhada, abordando até trinta lados diferentes da história."

O livro conta a história de um escritor, que vende suas histórias para sobreviver e que, sem inspiração para escrever, descobre sua grande personagem 'Panina Manina' em uma de suas idas ao circo, produzindo uma emocionante história.
A inspiração aparece quando menos esperamos. E cá estou eu falando de um livro que não terminei de ler, e que agora, me salvou. O negócio é sempre terminar o que começar. Não necessariamente nessa ordem.
  • Para saber mais,

[http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=762907&sid=01522384510103674701278025&k5=36F98245&uid
[http://super.abril.com.br/superarquivo/2000/conteudo_118712.shtml]

Um comentário:

  1. Uma vez a Fernanda Mazza disse: "Jornalista não tem que depender da inspiração, jornalista tem que ter técnica."
    Como sempre, arrasou!

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