terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Comédias da vida privada

Depois de um sono bem demorado, acordei cedo, tinha coisas a fazer. Fui lá, fiz tudo o que tinha de fazer e voltei feliz da vida, pensando o quão de bem com a vida eu estou. Parecia que todas as pessoas na rua sorriam pra mim, junto com as árvores, as flores e os passarinhos também.
Chego em casa, almoço, tomo banho, entro no MSN para confirmar um passeio com uma amiga, quando o céu começou a escurecer e a prometer uma chuvona. Liguei pra ela, e acabamos não indo, ficou para quando o tempo resolver cooperar.
O toró caiu mais calmo do que o normal. Não foi daqueles de querer ir dançar junto, principalmente porque parece ter trazido para perto o que já estava adormecido fazia um certo tempo. Meu telefone começou a tocar. Senti um leve arrepio na espinha quando ví quem era que estava a me procurar, "Não vou atender", pensei. E não atendi. Minha tranquilidada estava boa demais para ser verdade.
Algumas pessoas não se conformam e acabam infernizando nossa vida, tentando fazer com que a culpa se volte contra nós. Pessoas assim são psicopatas sentimentais, não é possível. Quando somem e resolvem aparecer, é um perigo: "Tenho algo a lhe dizer, e seria bom da sua parte ser mais gentil e me atender, é muito importante". O que poderia ser tão importante depois de tanto tempo? "Continua gostando de dar ordens! O que está feito está feito, queridinho. Você já conseguiu estragar tudo", pensei comigo e olhei pros versos escritos em um papelzinho:
Eu sei, você já parou de contar as estrelas do céu
E eu não, eu não posso mais te ajudar a dizer onde estão
Seu olhar pesado me prende ao solo
E eu sei, eu não posso mais flutuar
entre estrelas do céu que você apagou
Falta um pouco de luz nos seus olhos
e me dá saudade o seu rosto brilhando ao sol,
Falta um pouco de amor no seu corpo
e eu não posso te dar pois em mim faltará também...
Confesso, minha curiosidade foi maior do que o que dentro de mim dizia para não cair em tentação. Eu sabia que não era apenas uma coisa a me dizer. Mas resolvi acabar de uma vez com isso. Minha paz vale muito, muito. "Sea, lo que sea"!
Enquanto a chuva parava de cair, e o Barack Obama tomava posse como novo presidente dos Estados Unidos, eu descobrira que fui traída pelo meu ex-namorado exatamente a um ano atrás (HÁ-HÁ-HÁ! Gargalhem comigo, mulheres do meu Brasil).
Dei atenção a uma história que não deveria ter dado. O que vai mudar eu saber disso agora? Faria tanta diferença saber disso antes, só ele não percebeu. Polparia um esforço tremendo de dizer a ele que não queria mais, e talvez ele também sofreria menos, afinal, tinha uma outra pessoa para se apoiar, não?
Quem terminou depois de dois anos fui eu. O motivo é bem simples, o comportamento da outra pessoa perante mim e os acontecimentos que nos envolviam.
Hoje, cada vez mais, tenho certeza de que fiz um favor a mim mesma. Só lamento pelas boas companhias que se foram junto.
Depois de aguentar surtos, ser boazinha, e ter que aturar a perseguição do orgulho ferido alheio, agora isso? A sinceridade vai fazer eu voltar atrás? Não! Bingo! Nao confio mais. Sendo ela verdade ou mentira não muda nada. Talvez mude pra ele, talvez tenha uma consciência mais limpa agora. Talvez. Só talvez. Não acredito. E, hoje, agora, nunca desejei que uma pessoa fosse tão feliz, de todo meu coração.

Um comentário:

  1. Gosto do modo como você é sincera.
    Realmente dar vazão á possíveis fantasmas do passado, absolutamente, não dá.
    Bela você menina, e talentosa.
    Não se perca com pequenas coisas.
    A poesia e o jornalismo trarão boas-e Fantásticas- novas á tua vida.

    Um Abração Colega

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