sábado, 21 de março de 2009

20:20h, do dia 21 de Março de 1989.

Um choro estridente se fez no hospital.
Giovana, Marina ou Andréa?
"Posso escolher pelo menos o nome?", disse o pai.
"Pode", assentiu a mãe.
"Nome dela é Andréa", emocionou-se o pai.
Desde então, mais uma Andréa ao mundo chegou.

Tem esse nome graças ao seu pai, que, por sinal, foi o primeiro homem que conheceu, e que foi o primeiro a vê-la chorar e que, aliás, provocou isso muitas outras vezes ao longo do tempo. Quando pequena não deixava sua mãe sair. Tinha ataques de choro e queria ela sempre ao seu lado. Um movimento dela da porta pra fora e pronto, desciam lágrimas sofridas de seu rosto. Bem diferente do que sentia em relação ao primeiro homem da sua vida.

Foi para a escola, fez amigos, amigas, paquerinhas. Nunca se esqueceu de uma vez -talvez a primeira vez que se sentiu a pior encarnação humana que veio ao mundo- em que, na hora do "recreio", todas as meninas estavam brincando juntas, e ela no meio dos meninos amoada. Resolveu ir até lá, perguntar se podia brincar também, e recebeu uma resposta nada agradável para uma criança de 5 anos: "Pra você só tem o lugar da vovó", ou uma outra vez, que fez o mesmo movimento e recebeu um: "não, você não pode brincar, não queremos você aqui".

Cresceu, e agora com duas décadas completadas, conquistou amigos que a querem muito bem, e que dizem que o lugar dela é com eles, sim. Inquieta e ansiosa, atropela algumas palavras que saem de dentro, e, curiosa quer saber de tudo e de todos. Sentimental e apaixonada, já atropelou sentimentos e descobriu ao longo do tempo que nem tudo são flores; que as pessoas não são tão boas quanto parecem; e que nada é tão ruim assim na vida que não possa piorar. Sonhadora veemente, apesar das circunstâncias, ainda acredita que tudo pode tornar-se ouro ao invés de cinzas.

Um comentário:

  1. A vida ensina, não é assim que dizem por aí?!
    Mas nem sempre a vida ensina aquilo que realmente precisamos aprender, esquecemos que a lição é pra nós mas também é pro outro.
    Rubem Alves disse: "se eu pudesse viver novamente a minha vida, viveria exatamente como vivi até agora, pois sou o resultado dela". Concordo em gênero, número e grau.
    Agradeça a essas meninas que não te deixaram brincar, por mais duro que tenha sido para uma criança de 5 anos (e eu sei que é), elas te deram uma valiosa oportunidade de crescimento e uma oportuna lição de independencia. Se isso não tivesse acontecido lá atrás, talvez hoje vc não tivesse conquistado amigos tão valorosos.
    Dia 21/03/89 foi um dia muito feliz na família Martinelli. Foi o dia que nasceu uma menina linda, que deu muito trabalho quando pequena, mas que hoje nos faz olhar pra traz e ver que valeu a pena..rsrsrs
    bjs

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