quinta-feira, 16 de julho de 2009

Fundamental é mesmo o amor

Fiquei ali sentada durante um bom tempo só observando. Ele, o patrono da família não disperdiçava a chance de ouvir uma boa música. Colocou no toca-discos a Gal para cantar Tom Jobim. E como mágica, de dentro daquela moça saiu uma voz doce e penetrante. Ele, encantado. Enquanto os burburinhos, sussurros e risadas preferiram ficar com as futilidades ele ficou lá, sentado na poltrona cor de sangue, de olhos fechados, apreciando a voz e em pensamento, "o nome dela é Gal".
Do outro lado da sala, uma menina-mulher olhava com doçura para aquela cena; para aquele homem de 60 anos tão encantado e ao mesmo tempo tão rabugento com a vida. Ele sozinho, ela encantada. Por um momento pensou que ele estivesse de olhos abertos. Mas não, se enganou. Ficaram os dois ali, parados, sorrindo, ouvindo a Gal cantar o Tom e, sem que ninguém pudesse perceber, cantavam juntos bem baixinho: "fundamental é mesmo o amor é impossível ser feliz sozinho"...

Nenhum comentário:

Postar um comentário