domingo, 15 de fevereiro de 2009

Destinado a pessoas do sexo feminino

Ontem deitei na cama por cima do edredom para assistir a um filme, e lá fiquei até hoje às oito e quarenta e quatro da manhã. Não desliguei o computador, deixei a televisão ligada e nem a janela fechei. Acordei com um feixe de luz nublado entrando no meu quarto, e com um 'brugudum' do MSN. Olhei pra mim, e estava com a roupa do corpo, nem o pijama coloquei. O machucado do meu dedo acordou latejando -resultado de uns arranhões aí-, e eu percebi que estava sem as meias. Ao menos me lembrava de ter escovado os dentes depois do jantar. Olhei para o teto e comecei a pensar. Às vezes tenho uns 'lápsos' quando estou acordando, ou quando estou para dormir. Os pensamentos aparecem, simplesmente. Hoje especialmente vieram os Homens-bomba à minha cabeça. É, homens-bomba.


Comecei a classificar assim depois de uma teoria que ouvi. Eles podem ser o que você quiser. Pode ser o cara que não te paga uma cerveja; pode ser o cara que paga até a batata frita e vai te cobrar depois; pode ser o cara que trata mal sua família e amigos; pode ser o cara que te liga dizendo que vai aparecer e aparece quando bem entende; pode ser o cara que faz um brinde ao amor-livre; pode ser o cara que te convida pra sair e não aparece. E finalmente, pode ser um cara que você já conhecia de outros carnavais, já sabia o final da história e mesmo assim se deixou envolver. A gente sempre detecta um homem-bomba.

Ele escreve bem, tira livros da mochila pra te mostrar o que está lendo, é sensível, gosta das mesmas músicas, toca guitarra, é uma simpatia de pessoa, trabalha e divide a cerveja, é seu amigo e você não tem nenhuma segunda intenção a priori, mas ele sim, e você se deixa envolver mesmo conhecendo todos os podres dele. Te faz suspirar sinceramente, continua te atraindo como antes, faz você 'imaginar coisas' e depois de tudo ele resolve sumir, ignorar sua existência como se nada tivesse acontecido, não atende seus telefonemas, e aparece quando bem entende.

O resultado é você esperando o telefone tocar para um 'e aí, vamos tomar uma cerveja?', e na-da. É claro que o seu orgulho não deixa você tentar ligar para ele denovo, e você fica pensando o que fez de errado para isso acontecer, mas ao mesmo tempo tem certeza de que o problema está com ele, e não com você. Quando menos espera, o bonito reaparece cheio de graça, querendo ir tomar a bendita cerveja. E você? A resposta já é previsível, rs. O tic-tac da bomba acelerou no primeiro dia, é claro. Você percebeu e mesmo assim deixou a bomba estourar. Pela lógica, já que o seu sexto sentido e as circunstâncias dizem que não vai dar certo é mais fácil cair fora. Mas porque insistimos sempre em 'ver no que vai dar'?

Deixei os pensamentos de lado um minutinho e desci para comprar o jornal. Quando voltei minha mãe estava com o rádio no último volume, escutando um CD antigo do Altemar Dutra e Cauby Peixoto. Uma tragédia. Eu escrevendo sobre questões que tento entender, e minha mãe ouvindo boleros cornísticos. Uma maravilha. Nada melhor para combinar. Ah, não sei. Penso que o mundo é aberto aos amantes, e que vai ser sempre assim (ou ao menos deveria). Nós mulheres, esperaremos eternamente o telefone tocar e deixaremos sempre as bombas estourarem em nome da procura de alguém que seja ‘tudo aquilo’, ou pelo menos só um pouquinho ‘daquilo outro’ que procuramos. E os boleros, tangos, Caubys e Altemares sempre estarão aí pra cantar a sofriguidão dos afetos mal ou bem tratados. Mal, na maioria das vezes.

Depois de ontem, acho que acordei meio Maysa hoje.

5 comentários:

  1. É sempre assim, mas sabe o que acho? que gostamos da sensação de ter uma "bomba" na mão, algo incerto, que não sabemos o futuro, nem nada, uma sensação de que o controle não esta totalmente sob nosso poder. Seres humanos não gostam do domínio completo na situação e muito menos de certezas, eles acabam enjoando. Talvez isso aconteça pq gostamos de viver numa eterna conquista, ou simplesmente pq somos meros tolos romanticos com a intenção de ter o mérito de consertar um "amor torto". Vivemos com a esperança de que um dia esta tal bomba será desarmada por nós, e qndo isso acontecer,não enjoaremos, pois já nos encontraremos numa situação irreversível. Sabemos do perigo, mas mesmo assim gostamos e precisamos sentí-lo, gostamos por inúmeros motivos, alguns citados a cima, e precisamos para que algum dia possamos compreender que simplesmente não somos capazes de conquistar tudo o que queremos,ou que talvez não somos a pessoa mais preparada pra desarmar tal bomba.
    A coisa mais certa sobre pessoas-bombas, é a importância dela em nossas vidas, aprendemos (baseado nelas) a reconhecer tudo o que não queremos, já que o que queremos ainda é um segredo, até para nós mesmo.

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  2. e não pense que depois dos 40 tudo isso estará resolvido na sua vida, viu? temos muito e sempre que aprender... ou não?????
    beijocas feiosa

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  3. Vixe, eu passei por todos eles..rsrs
    Acho que conheci, pelo menos, um exemplar de cada tipo e outros que vc não enumerou. O fato é, o tempo passa e os homens continuam sempre iguais... e as mulheres ainda pensando que conseguem lidar com eles.
    Bobagem.
    Como diria aquela famosa sexóloga: relaxa....
    bjs
    Sa

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  4. às vezes fazemos o mesmo, sem nem perceber.

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  5. droga, porque eu fui ler um negócio que estava escrito ''destinado a pessoas do sexo feminino''?

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